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Como é que pomos uma pessoa a falar?

Esta pergunta ou alguma outra variante do tipo “como é que ponho o meu filho a falar?”, aparece algumas vezes quando trabalho comunicação interpessoal. Em qualquer contexto.


Muitas vezes, a minha estratégia era desafiar as pessoas a experimentar e treinar as suas competências de escuta, ou fazer perguntas abertas.


Com os pais, sugeria até que começassem eles por falar de si, e do seu dia, e das suas cenas.

No limite, que experimentassem o silêncio.

Nada convida mais o outro a falar que o nosso silêncio.


Recentemente, falava sobre isto com uma mãe que me dizia – “Com o Diogo, nada! E as poucas vezes até que ele começa a dizer ... hoje na escola magoei-me ... e eu depois pergunto, ... como que que aconteceu? ... recebo um ... nada, não foi nada!”

Foi então que falámos sobre outras formas de comunicar que não só a linguagem oral. E a mãe riu-se e disse ... “sim, nós cantamos muito, por exemplo. E dançamos!”


Não temos sempre que falar, ou pôr o outro a falar, para construir ou manter um laço.

Ouvir e estar no silêncio pode ser mesmo a comunicação mais poderosa.

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