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Eu e as Pessoas: Resoluções para 2023

Quem nunca ouviu ou leu a expressão “pessoas tóxicas” ou está muito distraído ou...está muito distraída.

Artigos de revistas, blogs, posts, mensagens, conversas. Em todos os contextos se ouve falar de pessoas tóxicas ou de relações tóxicas. Que são pessoas egocêntricas e que ocupam muito espaço e que não consideram as nossas necessidades e que são manipuladoras e sei lá que mais. Um horror!

Quando leio esses textos, também eu encontro exemplos de pessoas assim na minha vida. Algumas no passado e outras, assustadoramente, ainda no presente!

Leio, identifico-me e depois esqueço-me e não penso mais no assunto até que me aparece de novo em algum feed “cuidado com as pessoas tóxicas”. Fico sempre à espera de aprender algo de novo, uma característica mais espalhafatosa ou uma estratégia mais genial. E nada! A principal recomendação é – “afaste-se”!

Isto até há umas semanas quando falei com o João de 10 anos, que chora de cada vez que se irrita com alguma injustiça e não consegue controlar o seu comportamento. E nesse descontrolo, grita ou empurra ou chateia os amigos. E ele chora porque não quer ser assim e porque percebe que depois acaba rejeitado pelos outros.

Encontrar estratégias para gerir a expressão da raiva e ganhar mais autocontrolo nem foi assim tão difícil e o João lá conseguiu acreditar que o poderia fazer. Agora antecipa a irritação, diz o que o está a incomodar, pede ajuda, pede desculpa. Enfim, faz tudo o que consegue fazer para que os amigos não o rejeitem.

Depois confirmamos (com a escola e com os pais) que já está a fazer bem e que só tem que continuar a repetir para se sentir ainda mais confortável e natural a fazê-lo.

No final desabafa:

Eu não entendo (já com uma lágrima no olho verde), às vezes as pessoas são boas para mim e às vezes são más! E eu só tenho que torcer para que sejam boas.

Para 2023 vou tomar este desabafo do João para mim.

Vou por isso deixar de abrir posts e artigos que falem de pessoas tóxicas.

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