Nunca entendi muito bem esta máxima. Desde sempre achei que ia viver pelo menos até aos 90, como a minha avó.
Nunca quis morrer cedo, mas já quis viver rápido. Já quis que aulas chatas acabassem mais depressa, que o comboio chegasse mais cedo, que os dias que me separavam de alguém passassem a correr.
Mas o tempo não passa mais depressa. Não literalmente!
Temos aquela cena de … ah, depende! Depende do que estás a fazer e com quem estás… e tal …
Esta semana o Tomás, um miúdo de 13 anos fez-me pensar outra vez nisto.
Ele dizia com calma e muita sabedoria: “Quando estou a jogar no computador o tempo passa tão depressa! Começo às 9 horas e de repente olho para o relógio já são 11horas. Quando estou a estudar e de repente olho para o relógio já passaram … 5 minutos!”
Nada de novo, portanto.
Diferentes teorias da motivação explicam este fenómeno. A minha preferida é a Teoria do valor próprio de Covington e como o esforço é uma espada de dois gumes. Se por um lado pode conduzir a bons resultados e por isso reforçar o sentido de valor próprio. Por outro lado, quando existe muito esforço e os resultados são abaixo do esperado, é inevitável a conclusão de falta de capacidade. Por isso, o menor investimento em matérias mais difíceis. É sempre melhor dizer … “também, nem estudei”…
A mais popular de todas as teorias da motivação é a de Mihály Csíkszentmihályi – conhecida como a Teoria do Flow – e pode explicar porque o tempo no jogo passa tão depressa. Conseguimos este estado de flow (ou estado ótimo) quando estamos envolvidos numa tarefa em que sentimos um nível de prazer, desafio e competência de tal forma equilibrado que o tempo voa, flui, desaparece…
Vivemos rápido.
Mas depois o Tomás continuou … “aquelas pessoas que querem que a sua vida dure muito tempo, deviam só fazer coisas que as aborrecem!”
E eu morri … de rir!!!
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