O Luís tem 8 anos e os pais estão preocupados porque a escola não está a correr bem. Os cadernos estão cheios de folhas vazias. A caderneta cheia de recados. E as fichas de avaliação cheias de espaços em branco. E os pais preocuparam-se com este vazio. Parecia que o Luís estava a desaparecer, a desistir de tudo.
A conversar com o Luís ouvimos muitas vezes “não sei”.
– O que gostas mais da escola? – Não sei. – O que mudavas na escola? – Não sei? – O que gostas de aprender mais na escola? – Não sei. – O que gostas mais de fazer no recreio. – Não sei.
E depois um dia.
– Quando acabas o teu trabalho o que é que a professora diz? – Muito bem. – E como é essa sensação? – É uma sensação … autêntica…
E é mesmo isto. A sensação de acabar, de fazer bem, de conseguir. Essa sensação é autêntica, porque é quando nos sentimos todos ali. Naquele momento sou autenticamente eu.
Como são os dias quando não sentimos esta …. sensação autêntica? E se passamos muitos dias sem ter essa sensação?
Será que como o Luís também desaparecemos … desistimos de tudo?
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