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Cinco passos para falar de emoções


- Tenho que tirar esta dúvida e entender as atitudes dele! Tenho que falar com ele e perguntar-lhe!

- E se ele responder “não sei”?

- Passo-me!


Susana tem 19 anos, acabou o primeiro ano na faculdade, tem um trabalho part-time para ajudar a pagar as suas despesas. Já teve algumas relações, mas esta com o André é a que lhe tem tirado o sono.

Ele acabou a relação e ela não percebe bem porquê. Até porque quando estão juntos tudo parece ... fluir. Dão-se bem. Preocupam-se um com o outro. Mas depois ....

Depois ele afasta-se. E ela? Ela fica confusa e embrulhada e não dorme bem e tudo lhe parece um problema.


- “Parece que não me sinto bem em lugar nenhum”, desabafava no outro dia.


Falamos as duas como é difícil dizer o que se sente.


Primeiro tenho que saber que existe

Dar conta. Sentir. Tomar consciência. Reconhecer.

Este é o primeiro momento da resposta emocional. Quais as transformações que ocorrem no corpo? Frio ou calor, tremores ou paralisia, náusea ou vitalidade. Ou até tudo misturado. E depois a atenção aos pensamentos que aparecem quando dou conta destas alterações. Já tinha sentido isto. Não faço a mínima ideia do que se passa. Isto é demasiado desconfortável.


Depois saber o que é

Dar um nome. Usar as palavras que melhor descrevem o que estou a sentir.

Ao fazer isto estou a apropriar-me do que sinto. Começa a ser definido, a ter um lugar na minha vida emocional. Se é conhecido isso pode acalmar-me, se é desconhecido posso olhar com curiosidade, mas também com receio.


Só depois posso saber porque é assim

Dar um sentido. Fazer ligações com experiências anteriores, com o que está a acontecer na minha vida, com o que quero para o futuro.


Para depois saber que pode ser dito

Dar-me permissão. Aceitar a validade e o valor do que estou a sentir.

Dizer torna realidade, sim, e isso pode assustar. Começam os “E se...”. E se não é bem assim? E se ela/ele não sente o mesmo? E se não vale a pena?


E finalmente saber como dizer

Dar linguagem. Criar um espaço de comunicação.

Nem sempre têm que ser palavras. Podem ser gestos, cuidado.



Mesmo percebendo quão difícil pode ser, Susana está decidida. Vai mesmo falar com o André!

Mas vai mais preparada. Vai levar mais perguntas e paciência para os “não sei”!





Photo (Normandie)

@isabellage.psi

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