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Como ajudar o adolescente em situações de ansiedade?


"Como ajudar o adolescente em situações de ansiedade ou insegurança ou falta de autoconfiança?"


Fui recentemente convidada por um Colégio para conversar com pais e mães sobre a adolescência. A psicóloga que organizou este encontro recolheu algumas das questões que os preocupavam e que poderiam servir de mote a essa conversa.

Decidi pegar nessas perguntas e trazer aqui algumas das (possíveis) respostas.


Como podemos então ajudar os adolescentes a lidar com a sua ansiedade?

 

Na trajetória de desenvolvimento, a adolescência é o momento em que começa, com mais autonomia, a exploração de si, do outro, do mundo. A mão da mãe já não está sempre por perto, as cavalitas do pai já não são suficientemente fortes.

 

Esse caminho feito em zigue zague pelas curvas da indecisão entre “arrisco e experimento” e o “ai, ai não vou conseguir” pode ser doloroso, revestido de ansiedade, medo, preocupação, ou desorientação e até sofrimento.

 

Como sabemos nós, pais e mães, então o que fazer? Quando fazer? Como fazer? Deixamos, porque têm que crescer? Ou não deixamos, porque temos que proteger?

 

Primeiro. Aceitar que a ansiedade, a confusão e o zigue zague fazem parte!

É suposto! Estão a experimentar. Se é novo o que estão a aprender é natural que apareça a incerteza se vão ou não conseguir. Que duvidem e hesitem e que fiquem arreliados com esse conflito.

 

Tal como quando começaram a andar (ou a ler, ou andar de bicicleta, ou a tocar piano) e o fizeram de forma titubeante – ora acelerando como se fossem correr ora ficando sentados como se não tivessem nunca conseguido estar de pé.

E, tal como nessa altura, cabe-nos ficar por perto, antecipar alguma escada, ter betadine à mão.

Só que agora, “ficar por perto” significa ouvir mais do que falar, “antecipar alguma escada” significa ir fazendo perguntas e estando com atenção a alterações de rotinas, e “ter betadine à mão” significa mostrar sempre, sempre, que se houver um problema, podem chamar-nos.

 

Depois. Aceitar a nossa ansiedade.

É suposto! Também para nós é novo (mesmo que não seja o primeiro filho e com o primeiro não tenha acontecido nada disto). Também estamos a aprender com eles. Aceitar que não sabemos tudo e que não tem mal não saber tudo, desde que nos juntemos para descobrir então como se faz.

E por outro lado, confiar que o que fizemos até agora, que fizemos bem. Que fizemos o melhor que sabíamos e que lhes transmitimos isso mesmo.

 

Afinal, não são apenas eles em zigue zague. Também nós nos perdemos muitas vezes nas curvas.

 

 

 

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