Os manuais escolares estão organizados a partir de uma premissa básica: há competências (ou conhecimentos) antecedentes necessárias para a aquisição de novas competências (ou conhecimentos).
Por exemplo, na matemática antes de aprender a resolver operações com fracções o aluno deve dominar o conceito de fracção. Esta é bastante óbvia, mas os exemplos são imensos.
Aliás, toda a escolaridade está, na verdade, fundada nesta premissa de continuidade e progressão. De tal forma que o fracasso dos alunos é muitas vezes justificado pelo não domínio dessas competências prévias. O que, está bem de ver, apenas resulta na acumulação também contínua e progressiva de fracassos.
Mas, e em relação às competências emocionais e sociais?
Esta é outra conversa pois neste caso nem sequer há manuais, nem programas, nem metas curriculares. Estas competências não são de todo ensinadas (não intencionalmente, pelo menos).
Estas competências são TODAS assumidas como competências prévias.
“São coisas que se têm que vir de casa” ouvimos muitas vezes, com um certo desânimo.
E aqui está a confusão ... ou vá ... o mal-entendido.
Ensinar as boas-maneiras, como dizer “bom-dia” ou “obrigada”, não é o mesmo que ensinar a:
- protestar sem ofender o outro
- perceber que quando estou zangada será mais provável eu agredir alguém
- pedir ajuda, sem me sentir mal
- (...)
Tudo isto é muito mais complicado. Mais ainda que as frações.
E é por isso que tem que se ensinar muitas vezes.
Na verdade , o Curriculum dedica pouco espaço e cuidado ao aluno, enquanto pessoa, centrando-se muito no aprendente. Mas, como se aprende se os pais não protegem e acarinham? Tratemos do coração do aluno e ele poderá ver- nos com olhos de esperança. Tenho tido surpreendentemente ou não bons resultados