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Afinal, existem fórmulas mágicas?

Atualizado: 15 de nov. de 2019

A Maria João tem 10 anos. Está no 5º ano, estuda música e dança.

Falar com a Maria João é como tomar um banho fresco num dia de muito calor. Apazigua.


Durante uns tempos, eu e a Maria João tivemos um projeto de investigação e exploração das relações entre as pessoas. Como é que as pessoas mostravam que estavam zangadas, como é que expressavam essa zanga, como é que passava, como é que os outros reagiam...

A Maria João observava e depois discutíamos as duas os porquês e as alternativas.

A Maria João acabou por tornar-se mesmo boa a fazer esta observação e ainda mais a discutir comigo essas implicações.


Um dia perguntei-lhe.

“Como que achas que podemos fazer para conseguir estar com alguém de quem não gostamos, ou até que sabemos que não gosta assim muito de nós”!


Para ajudar, contou-me um episódio. (até já entendeu e domina a técnica do storytelling)

“Um dia convidaram-me a mim e a uma amiga para apresentarmos uma dança na turma dos mais velhos. E ficámos super entusiasmadas!!!

Só que o ensaio correu muito mal e ficámos chateadas uma com a outra. Mesmo antes de entrarmos para a apresentação, eu percebi que não ia correr bem.

Então disse-lhe: “Olha! Nós estamos chateadas porque não correu bem o ensaio geral. E se continuarmos chateadas não vamos conseguir dançar bem, e vamos perder a oportunidade de repararem em nós e de termos outras oportunidades, e até de ir a outros países, e de fazermos outras coisas. Vamos fazer as pazes e dançar bem?”

E não é que correu mesmo bem!!!”


A Maria João disse isto tudo de um fôlego a sorrir e os olhos a brilhar.


- Como é que fizeste isso? – perguntei eu?

- Então, primeiro tens que compreender a outra pessoa, depois tens que te acalmar ... e depois ... tens que dizer o que queres que aconteça!


Compreender o outro, acalmar-se e definir os limites!

A Maria João tem 10 anos e já percebeu.

Se calhar, existem mesmo fórmulas mágicas!

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