“Agora, vamos fazer uma coisa muito difícil! Este trabalho já é para meninos do 5º ano!
E por isso temos que nos concentrar muito bem!”
Era a Professora Rosa. Contou-me que usou esta estratégia para levar os seus alunos do 4º ano a ficarem muito atentos para uma matéria que era mais difícil.
Ao ouvir o entusiasmo e o suspense que a Professora colocou nesta história, lembrei-me logo do episódio da cerca do Tom Sawyer.
A cena é a seguinte:
É sábado e os planos de Tom para brincar no rio com Huck e os amigos são dramaticamente cancelados pelos gritos da tia Polly!
- Tom!!!! Nunca mais entras em casa enquanto não pintares a cerca (sim, “entras”! porque na altura o castigo era não dormir nem comer em casa.)
Tom ainda tenta escapar, mas desta vez a tia Polly não vacila. Tom desiste e quase desmaia quando olha para a cerca que, naquele momento, parece não ter fim.
- Não mereço ficar aqui o Sábado todo! - ainda grita.
“Miséria! Miséria!”
Esta seria a atitude e a história acabaria com um Tom cansado, despedaçado, e zangado com a Tia Polly.
Mas estamos a falar de Tom Sawyer e nada com ele acontece como seria suposto. Porque a história acaba com um Tom divertido e com uma tia Polly feliz e emocionada com a esperança de ver o seu sobrinho finalmente no bom caminho.
O que aconteceu então?
A história é bastante famosa, mas aqui fica um resumo.
Os amigos vão passando e desdenham da má sorte do Tom a pintar uma cerca. No início Tom deixa-se desanimar, mas a certa altura tem uma ideia. Com a “cumplicidade” (algo forçada) de Ben consegue fazer com que pintar a cerca se torne a melhor e mais apetecível tarefa para qualquer miúdo.
“A tia Polly quer esta cerca muito bem pintada. E não é qualquer pessoa que o consegue fazer.” - Tom anuncia com um sorriso de orgulho e entusiasmo.
A Professora Rosa fez exatamente o mesmo que Tom. Conseguiu com o entusiasmo na sua voz transformar uma tarefa, que poderia ser aborrecida e difícil, numa aventura em que desejamos entrar.
Depois, contou-me.
“Até os alunos com mais dificuldades estiveram super atentos e conseguiram fazer!”
A Professora Rosa tinha uma voz doce e calma e quando falava da sua turma e do que conseguia fazer duplicava de tamanho e de energia. Enquanto a ouvia pensava sempre ...
“Qual seria o resultado se conseguíssemos mais vezes este entusiasmo?”
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