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Porque é que controlar as emoções, cansa?

“Tornei-me tão bom a controlar as minhas emoções que isso passou a ser uma vantagem. Por exemplo, quando jogava futebol, conseguia manter o “sangue-frio” e o jogo saía melhor. Depois habituei-me e agora é normal. As minhas reações são sempre “normais”, nunca fico muito feliz com nada em particular e também não fico especialmente triste durante muito tempo.”



Quando trabalho competências de regulação emocional chegamos muitas vezes a um ponto de discussão – Qual é a diferença entre regular e controlar as minhas emoções?

Aconteceu outra vez com o Sérgio, 32 anos, engenheiro, altamente competente e realizado no seu trabalho que decidiu perceber melhor o que estava a acontecer para que as suas relações não resultassem.


E lá veio a pergunta:

“Afinal porque é que controlar as emoções é assim tão mau?!”


A resposta mais simples poderia ser – “porque cansa!”

Ou seja...

- quando há controlo, sobretudo quando de forma continuada, o resultado é uma sensação de cansaço

- quando regulamos as nossas emoções o resultado deve ser uma sensação de apaziguamento e por isso de mais leveza.


Porque é que o controlo cansa?

Porque tem um custo, ou melhor, três custos para o nosso organismo


1. Psicológico, porque exige mais atenção e um processamento cognitivo com elevado nível de ativação metabólica e porque aumenta os marcadores fisiológicos de stress como o cortisol.


2. Físico, porque diminui a nossa função imunológica e aumenta ou desregula a frequência cardíaca e a pressão arterial.


3. Social, porque controlar as emoções pode tornar mais difícil criar ou manter relações significativas e por isso ter menos suporte social disponível.


As emoções são sinais importantes sobre o que se passa no mundo à nossa volta e sobre a nossa relação com esse entorno. Ignorá-las, ou pior ainda, suprimi-las de forma que não sejam expressas, verbalizadas, trazidas de forma intencional para a comunicação, cansa! Muito!


Pode parecer estranho, que uma forma de sentir mais energia possa ser a forma como respondemos à pergunta

“Então, como estás?”

E em vez do clássico “Tudo bem", o Sérgio tem experimentado:

- Tudo bem... e estou só um bocado ansioso com este projeto que está a começar.



Foto @Isabel Lage

David Hockney Bayeux Museum


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